ONCOLOGIA CUTÂNEA

Nos últimos anos o diagnóstico do câncer de pele vem aumentando em todo o mundo, assim como pesquisas e tratamentos modernos e avançados. Fique informado a respeito dos vários tipos de tumores de pele e seus tratamentos, assim como suspeitar de uma possível lesão maligna, além dos cuidados com sua pele e com o sol, para prevenir você e sua família deste grande vilão.
Câncer de pele é o crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Dependendo do tipo da célula envolvida, será desenvolvido um tipo específico de tumor. Os tipos mais comuns de câncer de pele são: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma.
Os casos de câncer de pele aumentaram muito nos últimos anos em várias partes do mundo, principalmente devido ao fato da exposição excessiva ao sol. O fato da ausência progressiva da camada de ozônio pela poluição deixa o ambiente desprotegido, pois a camada funcionava como filtro da irradiação ultravioleta.
Carcinoma Basocelular
É o câncer cutâneo mais comum, representando em torno de 75% dos casos. Incide com maior freqüência em indivíduos de pele clara, com idade superior a 40 anos.
São fatores de risco para seu desenvolvimento:
· Antecedente de exposição cumulativa ao sol ao longo da vida,
· Exposição a radiações ionizantes;
· Algumas doenças genéticas, como albinismo e xeroderma pigmentoso.
As lesões localizam-se predominantemente na face, mas podem surgir em qualquer região da pele, principalmente nas áreas de maior exposição ao sol. Clinicamente são observados pequenos nódulos com brilho discreto e/ou avermelhados, que podem apresentar pigmentação acinzentada.
Carcinoma BasocelularEssas lesões algumas vezes ulceram e o paciente pode identificar uma pequena ferida que não cicatriza.
Carcinoma Basocelular Ulcerado
Geralmente o exame clínico é suficiente para o diagnóstico, mas algumas vezes há necessidade de uma biópsia de pele.
O carcinoma basocelular é considerado o menos agressivo dos tumores malignos da pele, porque apresenta crescimento muito lento e o comportamento maligno é restrito ao local da lesão. Mas, apesar de raramente causar metástases, o tumor pode destruir os tecidos ao seu redor, como cartilagens e ossos. Assim, quanto mais precoce o diagnóstico, mais conservador e melhor será o resultado do tratamento.
O tratamento depende de vários fatores, tais como a idade e o estado clínico do paciente, o tamanho, profundidade e localização do tumor e seu caráter primário ou recidivante, além das características da pele ao redor da lesão.
São várias as modalidades de tratamento possíveis para o carcinoma basocelular, dentre elas:
· Excisão cirúrgica
· Terapia fotodinâmica
· Eletrocirurgia
· Criocirurgia
· Cirurgia Micrográfica de Mohs
· Radioterapia
Carcinoma Espinocelular
É o segundo tipo mais freqüente de câncer da pele, representando em torno de 15% dos casos. Incide mais freqüentemente em indivíduos do sexo masculino, com pele clara e idade superior a 50 anos.
São fatores de risco para seu desenvolvimento:
· Antecedente de exposição cumulativa ao sol ao longo da vida,
· Tabagismo,
· Exposição a radiações ionizantes,
· Úlceras crônicas e cicatrizes de queimaduras,
· Alterações na imunidade, como pacientes transplantados renais,
· Algumas doenças genéticas, como xeroderma pigmentoso, dentre outros.
As lesões localizam-se predominantemente na face, lábio inferior, pavilhões auriculares, dorso das mãos e genitais. Clinicamente são observados nódulos endurecidos, recobertos por camada amarelada de queratina, que podem ulcerar.
Carcinoma Espinocelular
É freqüente o desenvolvimento de carcinoma espinocelular a partir de lesões pré-cancerígenas, como queratoses actínicas, queilite actínica, radiodermite crônica e sobre cicatrizes ou úlceras crônicas.
carcinoma espinocelular é mais agressivo do que o carcinoma basocelular e, além da invasão dos tecidos locais, pode ocorrer disseminação pelas cadeias linfáticas com metástases.
O tratamento depende de vários fatores, tais como a idade e o estado clínico do paciente, o tamanho, profundidade e localização do tumor e seu caráter primário ou recidivante, além das características da pele ao redor da lesão.
São várias as modalidades de tratamento possíveis para o carcinoma espinocelular e para as lesões pré-cancerígenas precursoras do mesmo, dentre elas:
· Excisão cirúrgica
· Terapia fotodinâmica
· Eletrocirurgia
· Criocirurgia
· Cirurgia Micrográfica de Mohs
· Radioterapia
Melanoma
Por toda nossa pele, em qualquer raça, temos distribuído de maneira uniforme uma célula chamada melanócito. Ela se localiza normalmente na camada basal da epiderme, e é responsável pela produção da melanina, o pigmento que dá cor a nossa pele. Quando temos um ninho de melanócitos benignos agrupados em determinada região da pele temos o chamado nevo melanocítico, conhecido como “pinta”, os quais podem estar presente de maneira benigna na pele de qualquer pessoa.
Por diversos motivos diferentes esses melanócitos benignos podem sofrer transformações inesperadas e se tornarem atípicos, dando origem a “melanócitos malignos”, que se proliferam desordenadamente gerando o crescimento e desenvolvimento de um câncer de pele chamado Melanoma. O melanoma é um câncer de pele agressivo e menos freqüente que os outros tumores de pele como carcinoma basocelular e espinocelular. O melanoma acomete principalmente adultos jovens, tanto homens quanto mulheres, na faixa etária principal entre 30 – 50 anos.
A sua incidência tem crescido muito nas últimas décadas. Segundo a Organização Mundial de Saúde anualmente devem ocorrer 150 mil novos casos de melanoma por ano no mundo, e no Brasil uma média de 6000 novos casos/ano.
O melanoma cutâneo, na maioria das vezes, apresenta fase de crescimento superficial prolongada. Durante esse período as células tumorais estão confinadas à camada mais superficial da pele, chamado de melanoma fino, portanto, esse é o momento em que o diagnóstico é considerado precoce e o tratamento cirúrgico nessa fase pode resultar em cura e redução da mortalidade. Os melanomas finos e precoces, em geral, não são diagnosticados clinicamente a olho nu. A fim de melhorar a sensibilidade e especificidade do diagnóstico surgiram, nos últimos anos, novas técnicas de diagnóstico e seguimento em pacientes de alto risco, dentre as quais se encontra a dermatoscopia.
Nos últimos anos houve uma grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce. No Brasil a sobrevida média estimada em 5 anos é de 56%, e nos países desenvolvidos essa média se eleva para 73%. As tentativas em reduzir a incidência do melanoma estão focadas na identificação e seguimento adequado das pessoas com grande risco de desenvolvimento e no incentivo da proteção solar da pele.
O perfil do indivíduo com maior chance de desenvolver um melanoma inclui:
· Antecedente pessoal ou familiar de melanoma;
· Pele clara, que sempre se queima quando exposta ao sol, loiros ou ruivos e de olhos claros (verdes ou azuis);
· Exposição solar intensa e intermitente, história de queimaduras solares severas na infância ou adolescência (com formação de bolhas de água na pele); e usode cabines de bronzeamento;
· Presença de muitas lesões pigmentadas, sardas ou nevos (pintas) comuns ou atípicos do corpo.
Aproximadamente 40% dos melanomas surgem de nevos melanocíticos (pintas) preexistentes e os outros 70% surgem “de novo”, ou seja, de áreas onde não haviam nevos preexistentes.
O melanoma apresenta quatro tipos clínicos principais que são eles:
Melanoma Extensivo Superficial
Melanoma Nodular
Melanoma Acral Lentiginoso
Lentigo Maligno Melanoma
Existem ainda tipos menos freqüentes como o melanoma desmoplásico, amelanótico e neurotrópico.
A pele é um órgão de fácil acesso e o auto-exame é essencial em pessoas com risco aumentado para o surgimento do melanoma. Se caso perceber o surgimento de qualquer lesão de pele nova, pigmentada ou não pigmentada, ou se perceber qualquer alteração em lesão pré-existente (mudança de cor, forma, tamanho, irritação, coceira ou sangramento), procure de imediato o médico dermatologista para avaliação.
O risco de desenvolvimento de uma segunda lesão de melanoma é 10 vezes maior em indivíduos que já manifestaram um melanoma, e o período de maior risco de aparecimento é nos dois primeiros anos.
As lesões pigmentadas, que incluem os nevos (pintas) e o melanoma, muitas vezes não são diagnosticadas clinicamente e é necessário um método auxiliar que aumente a acurácia do diagnóstico. A dermatoscopia, também denominada microscopia de superfície, dermoscopia ou microscopia de epiluminescência, é um método de exame complementar, com comprovação científica, que visualiza estruturas da pele com a finalidade de detecção precoce do melanoma. A acurácia para o diagnóstico clínico do melanoma, feito por dermatologista, é estimada em torno de 75%, já com a dermatoscopia essa acurácia sobe para 90%.
Diante de uma lesão suspeita de melanoma é fundamental a realização de uma biópsia para estudo histopatológico e confirmação do diagnóstico.
Varias campanhas têm sido realizadas com o intuito de conscientizar e esclarecer a população na importância do diagnóstico precoce e na prevenção do melanoma. As pessoas devem fazer o auto-exame da pele e buscar um profissional especializado quando apresentar alguma lesão suspeita. Devemos lembrar ainda que o diagnóstico do melanoma quando realizado por dermatologista, na grande maioria das vezes, é feito no estágio inicial, o que reduz a mortalidade da doença.
Indivíduos com história familiar ou pessoal de melanoma, ou que apresente muitos nevos no corpo, devem realizar o seu auto-exame rotineiramente e fazer um exame com seu dermatologista, pelo menos 1x ao ano, para avaliação dos nevos (pintas) e acompanhamento de suas possíveis mudanças.